Produtor Florestal diversifica sua produção e se torna pioneiro na cafeicultura em Itagimirim

“Vim para cá para investir em eucalipto, mas nas inda e vindas de Vitória/Itagimirim passei e me identificar com a região e resolvi ficar. Resolvi investir na produção com outras culturas”, conta o empresário Francisco Pikin.

O empresário acabou se tor¬nando o primeiro produtor de café do município de Itagimirim, após di¬versificar a produção de sua fazenda com o plantio de 43 hectares de café tipo Conillon.
A área comprada em 2006 tinha três trabalhadores rurais, hoje, são 30 funcionários próprios além de outros de empresas parceiras que prestam serviço em suas propriedades. O Reginaldo Filho siteempresário possui mais cinco outras propriedades na região. “A região me entusiasmou pelo clima, solo, topografia e pela oportunidade de crescimento. Acabei me identificando com a região, e encontrei na cidade uma grande oferta de mão de obra”, disse o empresário, revelando ainda que até o final do mês a con¬tratação de mão de obra deve chegar a 150 funcionários, devido à época de colheita do café. 
Tecnologia – Todo o plantio de café da propriedade é irrigado e a adubação automatizada, explicou o empresário que investe em tecnologia em sua propriedade. “Daqui a 15 dias farei a minha primeira colheita e tenho a previsão de colher uma média de 120 sacas de café por hectare. Para ter idéia à média nacional, segundo a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (SEAGRI), é em torno de 20 sacas de café por hecta¬re”, comemora Pikin, explicando que a boa produção não é exclusividade de sua propriedade, mas é uma média das propriedades de café da região que adotam o sistema de fértirriga-ção, graças ao solo e ao clima e ao uso de tecnologia de ponta. 
De acordo com o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Itagimirim, Sergio Murilo Menezes, o empreendimento de Pikin é importante para o município. “Avaliando o empreendimento com outras secretarias e com observadores de nossa cidade percebe-se com facilidade a satisfação das pessoas com o nível de empregos gerados e com a grande circulação de dinheiro no mu-nicípio, isso que o empreendimento ainda não se encontra na fase principal de geração de emprego e renda. Isso acontecerá na fase da colheita.” avalia Menezes. 
Preocupação ambiental – De olho na sustentabilidade de suas proprie¬dades, o empresário não descuida das questões ambientais e já plantou, numa área de 411 hectares de uma de suas propriedades, com o apoio da Veracel, milhares de pés de mudas de árvores nativas para a recuperação de nascentes de rios. “Quando comprei a propriedade, as nascentes estavam desmatadas e com o gado pisoteando as mesmas, sei da importância am¬biental dessas áreas, por isso resolvi recuperá-las. Com certeza o custo de um pé de árvore nativa é bem superior ao de um pé de café, cacau ou eucalipto, mas está valendo à pena o investimento”, concluiu o produtor ao falar dos desafios em recuperar áreas de preservação permanente.
Empreendedorismo
Com visão de empreendedor, Pikin também investiu em gado de corte nelore em outras quatro propriedades. “Eu invisto na melhoria genética através da inseminação, e faço o ciclo completo: crio, recrio e engordo o gado, uma vez que no Brasil e nos principais países produtores de gado do mundo houve uma redução no rebanho de matri¬zes e com isso, estamos com dificuldades na reposição de bezerros. O Extremo Sul da Bahia tem um grande rebanho de gado de corte. A média nacional é de um boi por habitante, aqui na região tem um milhão 777 mil cabeças de gado, de acordo com dados da SEAGRI, isso dá uma média de aproximadamente dois bois por habitante, sem contar o gado leiteiro, estes números mostram que a pecuária vem evoluindo com a manutenção do rebanho em nossa região, contradizendo aqueles que dizem que o eucalipto reduziu esta atividade”, avalia Pikin. 
Ao falar do porquê na diversificação de culturas o empresário revela que resolveu trabalhar num processo mais profissional nas propriedades da região. “Meu pai foi um pequeno produtor, isso me deu o gosto pela produção rural. Aqui nas minhas propriedades o gado, além do prazer, garante a sustentação mensal do negócio. O café é um rendimento anual que ajuda em novos investimentos e o eucalipto uma poupança para cada sete anos”, explicou Pikin, que faz parte do Programa Produtor Florestal (PPF) da Veracel. A idéia do produtor em ampliar o plantio de café para 2012, aumen¬tando a área de plantio para 200 hectares, além de aumentar a diversificação da propriedade com o plantio de cacau em outra área de 200 hectares.


Parceria Veracel e produtores florestais aposta no diálogo

A diretoria da Veracel Celulose aprovou em reunião realizada dia 21/03, a proposta de preço de compra de eucalipto dos produtores ligados ao Programa Produtores Flo-restais (PPF). A diretoria da Veracel e produtores, dentre outros temas, firmaram o compromisso de pagamen¬to antecipado de 80% do valor que os produtores teriam que receber no vencimento dos contratos em 2011. 
Está foi a 2a reunião de trabalho, promovida pela Aspex, com o objetivo de tratar de assuntos referentes ao negócio produção de eucalipto, explicou o presidente da Aspex, Albert Sartório. “Já realizamos diversos encontros, mas agora o intuito é formar uma frente de trabalho em defesa de um negócio lícito e que gera e poderá gerar ainda mais recursos para o Extremo Sul da Bahia. Inicia¬tiva que já surtiu resultados com a aprovação da nossa proposta”, explicou o presidente da Aspex. Outros temas discutidos foram a certificação das propriedades e a criação de uma agenda para fortalecer e dar visibilidade às atividades dos produtores e à sua importância na região. 
A Aspex surgiu, em 2006, por iniciativa dos produtores florestais buscando mais representatividade junto a Veracel. Em 2010, a associação sofreu uma reestruturação, em função de novos desafios, explicou o presidente da Aspex. Hoje a associação conta com aproximadamente 50 produtores associados. 
Para o diretor presidente da Veracel, Antonio Sergio Alipio, a atuação da Aspex como associação é de extrema importância para o fortalecimento do negócio. “A produção de eucalipto do PPF é parte integrante do suprimento de madeira da fábrica e ao mesmo tempo tem por missão a valorização do produtor regional e a geração de emprego e renda para o Extremo Sul da Bahia”, ressaltou Alipio. 
De acordo com Sartório, os eventos reuniram pessoas que possuem um objetivo único: “o sucesso do empreendimento florestal e de cada um dos produtores que fazem parte da parceria Aspex/Produtores Florestais/Veracel na produção de eucalipto, por meio do Programa Produtor Florestal como  exemplo para a re¬gião”, concluiu.


O Programa Produtor Florestal
O PPF da Veracel foi implementado em 2003, com o objetivo de proporcionar a participação de produtores rurais da região no negócio florestal e incentivar a produção de madeira nas propriedades rurais do Extremo sul da Bahia. Para os integrantes do Programa, a empresa exige a comprovação da conformidade da propriedade com a legislação vigente. Além disso, por meio da doação de mudas nativas, incentiva os produtores parceiros a recuperarem áreas.