Ave rara começa preparativos para a soltura na Mata Atlântica

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A harpia hospedada no harpiário da RPPN Estação Veracel está nos últimos preparativos para retornar à natureza.


ZaUPGdagxXDepois de alguns meses de treinamento e procedimentos de reabilitação para a sua reintegração à natureza, a harpia hospedada no harpiário da RPPN Estação Veracel está nos últimos preparativos retornar ao seu habitat natural em cerca de quatro meses. No dia 27/4 (sábado), pesquisadores do projeto Harpia na Mata Atlântica executaram um dos mais importantes procedimentos do processo de reabilitação do animal antes da soltura na Mata Atlântica. Foi instalado na harpia um protótipo do equipamento que fará o monitoramento da ave quanto ela estiver de volta à natureza.
De acordo com o biólogo da Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina (ABFPAR), Jorge Sales, este procedimento tem por objetivo promover a adaptação do animal ao uso do equipamento antes da soltura. “Possivelmente estamos trabalhando com os últimos indivíduos de harpia na Mata Atlântica. Conseguir monitorar esta ave através deste transmissor e poder acompanhar todas as movimentações dela pela Mata Atlântica nos dará inúmeras possibilidades de estudos. Poderemos acompanhar todo o deslocamento dela e saber como ela está reagindo ao processo de reintegração à natureza”, explicou o biólogo.
O projeto Harpia na Mata Atlântica atua desde 1997 e, neste período, esta já é a terceira ave que passa pelo processo de reabilitação. O monitoramento destas aves em vida livre é feito, semanalmente, por meio da telemetria (rá­dio VHF), e pelos pontos detectados pelo sinal de GPS. É possível acompanhar toda a movimenta­ção das aves, bem como o seu comportamento após a soltura. “Considerada um importante bioindicador de sustentabilidade, a harpia é um animal que está no topo da cadeia alimentar e a sua presença aqui na Mata Atlântica é garantia de que outras espécies de animais estão vivendo de forma harmônica e sustentável nesta região”, comentou Lígia Mendes, especialista em RPPN e Educação Ambiental da Veracel.
Tecnologia a favor da preservação – Com quatro câmeras de vigilância dentro do harpiário possibilitam um monitoramento 24 horas por dia da ave em reabilitação. Trazida ao projeto após ter sido encontrada por moradores debilitada e machucada, este recinto especial torna possível o acompanhamento dos pesquisadores sem contato direto com o bicho. Isto evita a interação entre ser humano e ave, ampliando a possibilidade de sucesso no processo de reabilitação e reintegração deste animal à natureza.
“O mínimo de contato com seres humanos e o isolamento visual e audi­tivo deste animal é de fundamental importância para a manutenção de seus hábitos selvagens”, destacou o engenheiro ambiental da SOS Falconiformes, Eduardo Pio Carvalho, enquanto observava a ave pelo monitor. Este diferencial do recinto mantido pela Veracel agregou valor à condição do pesquisador e oferece melhores registros do período de recuperação desta espécie tão rara.
A iniciativa – O Projeto Harpia na Mata Atlântica é uma iniciativa voltada para a pesquisa, reabilitação, reintegração, e conservação da população de harpias de vida livre que habitam as matas dos fragmentos florestais da RPPN Estação Veracel, da CEPLAC e do PARNA Pau-Brasil, no Sul da Bahia. Graças ao apoio da Veracel Celulose, em parceria com a INPA, INPE, IBAMA, ICMBIO, CIPPA, SOS Falconiformes, ABFPAR e CRAX, o projeto vem possibilitando a inclusão destas aves no Programa de Conservação do Gavião-real, e a reintegração com sucesso destes animais à natureza.

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